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sábado

Doença de Dar Fruto a qualquer custo

O “DAR FRUTO” COMO ANGUSTIA E NEUROSE DO FAZER
Rev. Caio Fabio

Impressiona-me muito ver o estado de culpa latente que habita as pessoas no mundo evangélico. Além disso, também muito me admira como as pessoas ficaram viciadas num fazer auto-justificador diante de Deus.As pessoas estão tão acostumadas a se sentirem em dívida, que quando se lhes diz que está tudo pago, elas não sabem como se comportar.Mas e agora?—perguntam—Como fica? O que tenho de fazer? Não podem simplesmente aceitar que o alvo da fé é a construção de um ser humano, neles mesmos, conforme a imagem do Filho de Deus. E que não fomos chamados para construir templos, mas para sermos templo.Se não se diz a eles para “fazerem” alguma coisa, dá-lhes a sensação de não estarem dando “fruto”.Dar fruto, para um evangélico, em geral, é participar das atividades da igreja, evangelizar e ganhar pessoas para a fé da igreja—e isto só se contabiliza como “ganho” quando a pessoa se integra na igreja—, ser ativo em departamentos da igreja, ser notado na igreja como alguém com quem se conta; e, também, ser capaz de gostar de tudo o que a igreja ensina, e um monte de outras coisas, todas relacionadas à igreja.Ou seja: fora da igreja não há fruto para se dar. E quando falo de igreja, falo da organização eclesiástica física e funcional. Assim, para um evangélico, fora da igreja tanto não há salvação como também não há fruto. A igreja é a “videira verdadeira” dos evangélicos, assim como também o é para toda a Cristandade.Desse modo, sendo a videira uma organização e não um poder vital—uma seiva de vida—, o que aparece como evidência desse pertencimento, não é fruto, posto que entidades e instituições não dão fruto, mas sim apresentam resultados.O fruto na “igreja-videira” é atividade e a funcionalidade. O fruto, porém, na Videira Verdadeira, é apenas fruto. Ou seja: é aquilo que acontece de modo natural, e que é apenas o resultado de se estar ligado à fonte da vital, e de se ser uma extensão da própria Árvore da Vida. Um ramo!Assim, nessa época de “Células-G 12”, de ativismo imenso, de hiper-ocupação dos crentes, e de cobrança de ativismo como devoção e obediência a Deus, realidades como amor, misericórdia, bondade, longanimidade, paz, mansidão, alegria e domínio próprio, passaram a ser besteiras e poesias sem importância. O fruto da igreja é contabilizável. Já o fruto da Videira Verdadeira não é contabilizável, posto que ele não é medido em quantidades, mas apenas em qualidade.Ora, quando você vem e diz para as pessoas que elas estão livres da tirania dos fazeres aflitos, e que agora podem ser—e sobretudo ser—, pois o que realiza o fruto não é o fazer, mas o ser; então, muitas vezes, dado ao vício e a heroína do heroísmo do muito fazer, do ativismo que por anos lhes foi inoculado como devoção executiva e produtiva—sempre de modo quantificável e para fora—, as pessoas se sentem sem chão, e entendem a coisa toda como um dês-construção. Há presos, por incrível que pareça, que depois de anos de prisão já não sabem mais como existir em liberdade. Na realidade, há presos que não querem mais sair do presídio. Trocaram a liberdade pela segurança da cadeia, e pela certeza de amizades que não acabam, posto que os amigos estão encerrados na mesma prisão de segurança máxima.Ora, vejo e ouço crentes reclamando da “prisão” o tempo todo, mas se se lhes abre os portões, e se lhes diz—Foi para a liberdade que Cristo vos libertou. Saiam!—; em geral alguns se alegram de imediato, mas quando postos na rua e ao ar livre, entram em pânico, e sentem saudades do cativeiro.Os discípulos de Jesus precisam saber que “o fruto” é aquilo que acontece como produção natural da vida, começando no interior. Todas as demais atividades externas acontecem sob uma possibilidade: “sem amor, nada disso aproveitará”. No entanto, mesmo assim, a maioria prefere dar o corpo para ser queimado a fim de “provar alguma coisa” para si mesmos e para os outros, do que simplesmente ser, e expressar na vida os frutos do próprio ser, sempre crescendo nas produções do amor.Na realidade, para quem o dar fruto equivale ao muito ocupar-se e ao muito fazer, o convite para ser, não significa nada para eles. Não lhes dá “provas comprobatórias” de nenhum frutificação.Esquecem-se de que o chamado do Evangelho é a para a felicidade de ser, não de fazer. O “bem-aventurado, é...” E nele o fazer não é um esforço relacionado a um programa de atividades religiosas, mas tão somente aquilo que de modo natural brota da vida ligada à Videira, assim como um cacho de uva é o simples resultado de se estar ligado à arvora que tem aquele qualidade de natureza.Enquanto não se entende isto, toda e qualquer tentativa de dar fruto apenas conforme ensina o Evangelho, acaba por se tornar—para os crentes neurótico pela obrigação de dar fruto como fazer—num processo de vazio e cheio de mal-estar e culpa, posto que o vício na justiça-própria que decorre dos muitos afazeres religiosos, é um dos vícios mais poderosos que podem se instalar no coração humano. Deixar tal vício leva tempo. Isto quando as pessoas conseguem.Para quem tem dúvidas sobre o que digo, basta que se lembre o que Jesus disse a Marta acerca do assunto. Marta se agitava em muitos afazeres. Maria se quedava ouvindo a Palavra, aos pés de Jesus. Marta reclamava com Jesus acerca da passividade não produtiva de Maria. Jesus lhe respondeu que ela, Marta, andava muito preocupada e ocupada com muitas coisas. E concluiu: “Pouco é necessário; ou mesmo uma só coisa é necessária. Maria escolheu a boa parte; e esta não lhe será tirada”. Mas para que se troque a construção de Pirâmides para fora, pela plantação de sementes de vida no coração, o indivíduo tem que confiar apenas num simples fato de que é a permanência confiante na Videira Verdadeira aquilo que natural gerará os frutos que agradam a Deus. Caio 4/10/04" name=PAGDES_0001>Impressiona-me muito ver o estado de culpa latente que habita as pessoas no mundo evangélico. Além disso, também muito me admira como as pessoas ficaram viciadas num fazer auto-justificador diante de Deus.As pessoas estão tão acostumadas a se sentirem em dívida, que quando se lhes diz que está tudo pago, elas não sabem como se comportar.Mas e agora?—perguntam—Como fica? O que tenho de fazer? Não podem simplesmente aceitar que o alvo da fé é a construção de um ser humano, neles mesmos, conforme a imagem do Filho de Deus. E que não fomos chamados para construir templos, mas para sermos templo.Se não se diz a eles para “fazerem” alguma coisa, dá-lhes a sensação de não estarem dando “fruto”.Dar fruto, para um evangélico, em geral, é participar das atividades da igreja, evangelizar e ganhar pessoas para a fé da igreja—e isto só se contabiliza como “ganho” quando a pessoa se integra na igreja—, ser ativo em departamentos da igreja, ser notado na igreja como alguém com quem se conta; e, também, ser capaz de gostar de tudo o que a igreja ensina, e um monte de outras coisas, todas relacionadas à igreja.Ou seja: fora da igreja não há fruto para se dar. E quando falo de igreja, falo da organização eclesiástica física e funcional. Assim, para um evangélico, fora da igreja tanto não há salvação como também não há fruto. A igreja é a “videira verdadeira” dos evangélicos, assim como também o é para toda a Cristandade.Desse modo, sendo a videira uma organização e não um poder vital—uma seiva de vida—, o que aparece como evidência desse pertencimento, não é fruto, posto que entidades e instituições não dão fruto, mas sim apresentam resultados.O fruto na “igreja-videira” é atividade e a funcionalidade. O fruto, porém, na Videira Verdadeira, é apenas fruto. Ou seja: é aquilo que acontece de modo natural, e que é apenas o resultado de se estar ligado à fonte da vital, e de se ser uma extensão da própria Árvore da Vida. Um ramo!Assim, nessa época de “Células-G 12”, de ativismo imenso, de hiper-ocupação dos crentes, e de cobrança de ativismo como devoção e obediência a Deus, realidades como amor, misericórdia, bondade, longanimidade, paz, mansidão, alegria e domínio próprio, passaram a ser besteiras e poesias sem importância. O fruto da igreja é contabilizável. Já o fruto da Videira Verdadeira não é contabilizável, posto que ele não é medido em quantidades, mas apenas em qualidade.Ora, quando você vem e diz para as pessoas que elas estão livres da tirania dos fazeres aflitos, e que agora podem ser—e sobretudo ser—, pois o que realiza o fruto não é o fazer, mas o ser; então, muitas vezes, dado ao vício e a heroína do heroísmo do muito fazer, do ativismo que por anos lhes foi inoculado como devoção executiva e produtiva—sempre de modo quantificável e para fora—, as pessoas se sentem sem chão, e entendem a coisa toda como um dês-construção. Há presos, por incrível que pareça, que depois de anos de prisão já não sabem mais como existir em liberdade. Na realidade, há presos que não querem mais sair do presídio. Trocaram a liberdade pela segurança da cadeia, e pela certeza de amizades que não acabam, posto que os amigos estão encerrados na mesma prisão de segurança máxima.Ora, vejo e ouço crentes reclamando da “prisão” o tempo todo, mas se se lhes abre os portões, e se lhes diz—Foi para a liberdade que Cristo vos libertou. Saiam!—; em geral alguns se alegram de imediato, mas quando postos na rua e ao ar livre, entram em pânico, e sentem saudades do cativeiro.Os discípulos de Jesus precisam saber que “o fruto” é aquilo que acontece como produção natural da vida, começando no interior. Todas as demais atividades externas acontecem sob uma possibilidade: “sem amor, nada disso aproveitará”. No entanto, mesmo assim, a maioria prefere dar o corpo para ser queimado a fim de “provar alguma coisa” para si mesmos e para os outros, do que simplesmente ser, e expressar na vida os frutos do próprio ser, sempre crescendo nas produções do amor.Na realidade, para quem o dar fruto equivale ao muito ocupar-se e ao muito fazer, o convite para ser, não significa nada para eles. Não lhes dá “provas comprobatórias” de nenhum frutificação.Esquecem-se de que o chamado do Evangelho é a para a felicidade de ser, não de fazer. O “bem-aventurado, é...” E nele o fazer não é um esforço relacionado a um programa de atividades religiosas, mas tão somente aquilo que de modo natural brota da vida ligada à Videira, assim como um cacho de uva é o simples resultado de se estar ligado à arvora que tem aquele qualidade de natureza.Enquanto não se entende isto, toda e qualquer tentativa de dar fruto apenas conforme ensina o Evangelho, acaba por se tornar—para os crentes neurótico pela obrigação de dar fruto como fazer—num processo de vazio e cheio de mal-estar e culpa, posto que o vício na justiça-própria que decorre dos muitos afazeres religiosos, é um dos vícios mais poderosos que podem se instalar no coração humano. Deixar tal vício leva tempo. Isto quando as pessoas conseguem.Para quem tem dúvidas sobre o que digo, basta que se lembre o que Jesus disse a Marta acerca do assunto. Marta se agitava em muitos afazeres. Maria se quedava ouvindo a Palavra, aos pés de Jesus. Marta reclamava com Jesus acerca da passividade não produtiva de Maria. Jesus lhe respondeu que ela, Marta, andava muito preocupada e ocupada com muitas coisas. E concluiu: “Pouco é necessário; ou mesmo uma só coisa é necessária. Maria escolheu a boa parte; e esta não lhe será tirada”. Mas para que se troque a construção de Pirâmides para fora, pela plantação de sementes de vida no coração, o indivíduo tem que confiar apenas num simples fato de que é a permanência confiante na Videira Verdadeira aquilo que natural gerará os frutos que agradam a Deus.

Caio Fabio
www.caiofabio.com.br

A Bruxificação do Natal

Há vários anos se têm falado no meio evangélico, contra a comemoração do Natal, as razões são as mais diversas; 1) Jesus não nasceu em 25 de Dezembro; 2) A data era a comemoração da festa ao deus-sol; 3) A Bíblia não manda comemorar o nascimento de Jesus; 4) blá, blá, blá... Eu mesmo em tempos mais ortodoxos na fé 'evangélica' me impus contra a tal 'romanização da Igreja'. Na verdade quem comemora o Natal, não está lembrando do deus-sol, nem de paganização nenhuma, está simplesmente comemorando...O Natal. Simples assim. Os evangélicos são muito preocupados com as origens das coisas, e se a origem é pagã, deve ser rejeitada, bem, basta ver à nossa volta que essas tais 'origens' estão sempre presentes; O que dizer dos meses do ano, janeiro, em homenagem ao deus Juno, fevereiro em homenagem ao deus Febro, março em homenagem ao deus Marte, Abril à Afrodite, Junho ao deus baco, julho ao imperador Julho César, agosto ao imperador Augusto também considerado uma divindade, a partir daí os meses seguem uma ordem numérica, setembro porque era o sétimo mês, outubro o oitavo, novembro o nono e dezembro o décimo. Podíamos falar dos dias da semana, de nomes próprios e de diversas outras coisas, nomes, e datas que têm sua origem no 'paganismo'. Para fugir delas Deveríamos então sair do mundo!!Ao invés de demonizarmos a data, ou fazer uma perseguição ao papai Noel, o bom velhinho, inspirado na vida de São Nicolau, e que veste uma roupa vermelha e dirige um trenó, graças à uma campanha publicitária da coca-cola que criou a lenda, Que tal usarmos a data para as pessoas compreenderem o mistério da encarnação? Sim, quando Deus se tornou homem, mudando para sempre a história da humanidade. Ao invés disso ficamos a brigar com uma lenda e basear nossa repulsa na origem pagã de uma data, ao mesmo tempo que usamos no nosso dia-a-dia dezenas de outras. Quem crê em Jesus não mais se preocupa com o datas, luas, sábados, pois são coisas que passam. Ao invés disso deveríamos dar importância às coisas realmente importantes, e deixar que querer ser os pitbulls da religião.

Moises Almeida