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terça-feira

O Pastor, a cerveja, a agulha e o camelo


O Pastor, a cerveja, a agulha e o camelo


O mundo gospel foi surpreendido por um vídeo em que um pastor foi flagrado tomando cerveja. A figura é de um dos mais conhecidos pastores de uma organização missionária que promove conferencias no sul do país, nas quais diversos pastores pregam seus sermões e a organização joga suas redes para arrecadar milhares de reais.

O pastor, sentado numa roda de amigos,  degusta vagarosamente o líquido gelado, quando percebe que está sendo filmado e pede amistosamente, sem tom de raiva ou indignação para que não o faça. O fato de pedir para não ser filmado indica que ele bem sabia o que estava fazendo. 

Na verdade, a cerveja nunca foi o problema. O pessoal do novo testamento não tomava suquinho de uva. O problema é a moral evangélica pautada em usos e costumes que nem mesmo os seus líderes conseguem suportar e viver, e todos tendem a esconder ao público o que se permitem viver no privado. Como é mesmo o nome? Ah!!! Hipocrisia! 

Bastou os poucos segundo do vídeo, e a comunidade evangélica caiu em cima do pastor. Todo seu ministério, tudo que tinha pregado, ensinado, era agora invalidado pela degustação da cerveja. 

A mesma repulsa ou indignação, porém, não acontece quando o mesmo pastor, vestido a caráter com seu paletó caro, pedia ofertas de ‘mil reais consagrados ‘em troca de bênçãos aos que assim o fizessem, dizendo que era revelação de Deus. Fazendo isso em nome de Deus, se valendo da fé das pessoas, esse ‘pecado’ é infinitamente maior que dar um gole numa cerveja gelada. Seria preferível vê-lo entornando uma geladinha, que ludibriando consciências em nome da fé. No juízo haverá menos rigor para os bebedores de cerveja que para aqueles que usam a fé para enganar as pessoas, que foram ensinadas a trocar milagres, bençãos, promessas, por dinheiro. Muito dinheiro.
Continuamos como disse Jesus, coando mosquito e engolindo camelo. Coando o mosquito da cevada e engolindo o gordo camelo da ganância e perversão da fé. Isso porque o modelo se tornou normal. Todo mundo faz. 

A igreja evangélica brasileira não é a mesma desde a ascensão do império do bispo-empresário-dono de-televisão nos anos 90! O sal ficou insípido e a luz enegreceu. A imensa massa evangélica parece apenas um dado do IBGE

e não uma mudança real da sociedade pela Palavra.

Deus nos ajude!

Moisés Almeida