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sábado

DEUS E OS ÍDOLOS

Texto de Ricardo Gondim.

Lamento que o fundamentalismo evangélico se confunda com ortodoxia.

O fermento dos fariseus se camufla de piedade e zelo pela "verdade” para se parecer com fé. O fundamentalismo se investe da responsabilidade de defender a Deus de possíveis diminuições de sua majestade; de preservar a Bíblia dos ataques de hereges; e, como guardião do templo, de garantir a perpetuidade da igreja.

Mas todo esse zelo se monta nos pressupostos da filosofia grega, principalmente quando raciocina sobre Deus; quando repete, por exemplo, o conceito aristotélico de que a divindade é um “motor imóvel”. Deus é percebido pelo fundamentalismo como tão absolutamente perfeito, que jamais experimenta qualquer mudança e pode ser engessado pelos dogmas. No outro lado da mesma moeda cometem-se equivocos iguais ao do messianismo judaico.

Por que Jesus Cristo foi escândalo e loucura tanto para gregos como para judeus?

Os gregos procuravam explicar Deus a partir de absolutos metafísicos e os judeus aguardavam um messias poderoso.

O judaismo criou, por séculos, a expectativa ufanista de que o Ungido de Deus se manifestaria como um grande conquistador. Para os setores mais politizados de Israel, ele viria como o libertador final – uma encarnação melhorada e glorificada de Moisés. Para os segmentos mais ortodoxos, fariseus e levitas, o Cristo re-avivaria a obediência da Lei; com um profetismo mais exuberante do que o de Elias.

Nessas duas cosmovisões, Jesus de Nazaré mostrou-se um retumbante fracasso; ele não deixava colar em si ou no Pai que Deus fosse o emissário de um supermessias ou o "movedor imóvel" de Aristóteles.

Jesus horrorizava porque, se o Deus dos fariseus zelava pela lei, ele dizia que os mandamentos podem ser flexibilizados pela misericórdia. A mulher apanhada no próprio ato do adultério experimentou a força de um amor capaz de vergar a rigidez da lei: “Onde estão os teus acusadores?. Eu não te condeno, vá em paz e não peques mais”.

A mulher siro-fenícia, o centurião romano, a senhora “impura” que sofria de uma menstruação crônica, o endemoninhado que vivia em sepulcros, o cego da calçada, todos provaram que qualquer um pode aproximar-se de Deus sem a intermediação sacerdotal – o Nazareno acolheu os “não-eleitos”.

Jesus não amedrontava com um Deus que persegue os rebeldes feito um bedel cósmico; pelo contrário, ele é um Pai ferido que espera pelo filho no alpendre da casa; mais ainda, ele “corre ao encontro” do filho arrependido; e mesmo quando o filho cheira como um porco, Deus o cobre de beijos.

Ricardo Peter intuiu corretamente o porquê do ódio dos fariseus contra Jesus:
"Os fariseus começaram a perceber que Jesus estava mudando radicalmente a maneira de entender quem é Deus. Este Deus teria podido provocar confusão e dispersão entre as pessoas religiosas. O comportamento do Deus anunciado por Jesus, do Deus que demonstra um amor incondicionado pelos pecadores, começava a colocar o Deus dos fariseus na sombra. Tinha início uma luta de ‘Deus contra Deus".

Os religiosos contemporâneos de Jesus queriam que Deus excedesse o poder de Baal, mas Jesus se mostrava fraco, despido de arrogância. Eles desejavam um líder que reunisse milícias mais arrasadoras do que as legiões romanas, mas Jesus pegava crianças no colo e dizia: “O Reino pertence a elas”. Eles ambicionavam guindar Israel como líder do mundo para vingar os vários séculos de opressão, mas Jesus abria o rolo da lei e repetia as palavras do profeta: “O Espírito do Senhor está sobre mim e ele me ungiu para pregar boas notícias aos pobres”. Assim, tomados de indignação, os religiosos conspiraram para matá-lo - se Jesus era a expressa imagem de Deus, precisava ser eliminado; um Deus fraco não serve aos interesses da religião – qualquer uma.

Deus não só eclipsava os pressupostos dos fariseus, como destruía com os de Aristóteles. Jesus não se parecia em nada com a idéia que Deus era “ato puro” ou “motor imóvel”. Em Cristo, a Divindade não é apática. O Emanuel, o Deus conosco, se move de “viscerais afetos” pela viúva que enterra o filho; chora diante da sepultura do amigo. A dor humana dói em Deus – (‘Em toda a angústia deles, foi ele angustiado’ – Isaías 63.9).

Ricardo Peter, com sua intuição sobre a revelação de Deus que Jesus brindou o mundo afirmou:
O Deus de Jesus assume o humano a tal ponto que liberta o homem da exigência de ser como Deus. Deus contém em si, agora o máximo de humanidade. Deus encontra-se imerso no humano. O ‘Reino’ de Jesus não requer seres excepcionais, melhores que o ‘resto dos homens’, que se preocupam em ser por eles contaminados.

Jesus incomoda sobremaneira os religiosos porque mostra que Deus é amor e este amor relativiza qualquer dogmatismo. As exigências e os ritos perdem sua força; os conceitos milenares de um Deus inabalável e severo têm que ser jogados fora.

Os que não distinguem entre o Deus dos gregos e dos fariseus e o Deus de Jesus, têm razão em decretar a sua morte. A expressão ‘Deus está morto’ não passa do grito ressentido de quem se defrontou com a noção errada de Deus. Aquele Deus que lhes foi anunciado como um déspota obcecado pelo poder, realmente, precisa ser sepultado.

O Reino que Jesus de Nazaré revelou não tem paralelo com os reinos humanos; continua despercebido dos poderosos, pois submerge no pequenino, no desprezível – grãos de mostarda, ovelhas indefesas, pessoas ineficientes, servos inúteis, pecadores indignos, prostitutas, leprosos, cegos, mendigos, estrangeiros, exorcistas informais.

Deus escolheu esvaziar-se para revelar-se em seu Filho, Jesus Cristo. As outras divindades merecem ser descartadas como ídolos.

Soli Deo Gloria.

Musica de Deus e Música do Diabo?

Gosto de ouvir boa música.

Me fascinam as poesias e interpretações de grandes músicos brasileiros. Gosto das músicas de Chico Buarque, Osvaldo Montenegro, Djavan, Adriana Calcanhoto, e muitos outros; música para a alma, para quem consegue absorver a calmaria e serenidade de uma boa poesia cantada.

Mas... sou cristão graças a Deus!

E muita gente começará a me criticar a partir de agora por declarar isso.

O que eu queria mesmo era fazer você refletir sobre essa coisa de música de Deus ou do diabo, pois na maioria das mentes evangélicas, a única música possível de ouvir é a evangélica, qualquer outra melodia será do diabo, “não edificam”, dirão alguns.

Primeiro devemos entender que existem três espíritos operando no mundo:

1) O Espírito de Deus
2) O Espírito do Homem
3) O Espírito do Diabo

Quando falo de ‘espíritos’, estou me referindo não apenas a persona, mas ao conjunto de concepções, idéias, produções e sentimentos, provenientes dessas três fontes.

Dizer que todas as coisas do mundo se resumem em coisas de Deus ou coisas do diabo, é cair num reducionismo dualista, que está muito longe da verdade. Como falei, assim como existem três espíritos operando no mundo, existem produções desses espíritos também, na vida social, na economia, na religião, na música, em todas as esferas humanas.

A música é um dom. Que pode ser usado para o bem ou para o mal, como todas as coisas que Deus fez, ora, Deus fez o sexo e o diabo a prostituição, Deus fez o culto e o diabo a profanação. Lutero dizia que o diabo é o macaco de Deus, pois sempre procura imita-lo “ser semelhante ao altíssimo”, só que do modo inverso.

Existe a música do diabo, sim, é a música que profana, que exalta a prostituição, que louva a demônios, que incita à violência, é a música a serviço do mal.

Existe a música de Deus, é o louvor, é a forma de a criatura exaltar o criador, falar das grandezas de Deus, de seu amor, de sua salvação, do dom da vida, da esperança, da eternidade. Deus habita nos louvores.

Existe também a produção humana, que não está a serviço do mal, mas também não está ‘cantando a bíblia’, fala da natureza, das flores, da dor, da separação do amor, da mulher, da vida, é a poesia cantada, é o homem falando de si mesmo.

Ninguém acha que o poema JOSÉ, de Carlos Drumond de Andrade é do diabo, mas basta Paulo Diniz gravá-la musicalmente para virar coisa do demo? Pelo amor de Deus, vamos para de ser hipócritas e aceitar os fatos.

Existe sim muita música dita ‘do mundo’ de boa qualidade, musical e poética, músicas que enaltecem a natureza, outras que celebram o amor, outras que indagam sobre o sentido da vida. Há aquelas que lamentam um amor não correspondido, muitas que enaltecem uma musa ou um herói.

Também muita música evangélica de péssimo gosto, são música pobres poeticamente, 'luz' rima com 'Jesus', 'conduz', 'seduz', 'cruz', 'reluz' , com arranjos desarranjados e de péssima qualidade, sinceramente tem muitos hinos que eu só ouço na igreja, mas jamais perderia meu tempo ouvindo-a em minha casa, sem falar de erros doutrinários crassos contidos nas letras. (Se é pra falar de Jesus, que fale direito!)

É interessante notar a discrepância de nossas 'convicções' a respeito desse assunto, como diz Ricardo Gondim, no livro "É proibido: o que a bíblia permite e a igreja proibe", editora Mundo Cristão: "...agimos ambiguamente ao nos relacionarmos com a produção cultural dos não cristãos. Rejeitamos suas músicas, mas aceitamos suas descobertas médicas; julgamos ser o teatro algo estritamente mundano, mas aceitamos as propostas de um partido político e chegamos a franquear o púlpito de nossas igrejas aos seus discursos"..."Uma música para ser sagrada não necessita limitar-se em louvar a Deus ou versar sobre assuntos espirituais. A Bíblia contém um livro, Ester, que não trata diretamente de Deus (sequer o menciona), mas deixa sua presença implícita por todo o texto. Em Ester, Deus é louvado na história do comportamento dela como rainha, comportamento que se mostrou fundamental na preservação do povo judeu. A pureza do texto vem do tema que ela trata. Tudo o que engrandece a humanidade, enriquece o espírito, leva à reflexão da verdade ou faz questionar os valores da vida é digno. Na determinação da sacralidade de uma obra não há um imperativo de que sedirija sempre a Deus."

Existe muita gente boa também aqui do 'lado de dentro', e pra não me acusarem de só citar gente ‘lá de fora’, aqui vão alguns nomes de minha preferência : Josué Rodrigues com sua suavidade e poesia, Vitorino Silva , Marcos Góes, Grupo Logos e mais alguns que cometo a injustiça de não citá-los. Mas sinceramente, a grande maioria, se fosse viver do dinheiro que eu gasto com comprando seus cds, teriam que mudar de 'profissão', isso mesmo, porque 'cantar pra Jesus' agora virou profissão, existe um mercado, marketing e muito dinheiro envolvido. Não vou entrar na discussão de ser certo e errado, não nesse momento.

Os mercadores do templo, voltaram a fazer plantão!

Pois bem gente, nem toda música do mundo é do diabo e nem toda música evangélica é boa.

Respeitem vossas inteligências ...e vossos ouvidos!

Moises Almeida

quinta-feira

MISTICISMO RELIGIOSO NO CONTEXTO DA IGREJA

MISTICISMO RELIGIOSO NO CONTEXTO DA IGREJA
Texto do Pr. Antonio Pereira da Costa Júnior
TEXTO: 1João 4.1-6; Jeremias 23.9-33.


“A apatia está por toda à parte. Ninguém se preocupa em verificar se o que está sendo pregado é verdadeiro ou falso. Um sermão é um sermão, não importa o assunto”. – C. H. Spurgeon.


O QUE É MISTICISMO?


Esta palavra pode significar muitas coisas dependendo do contexto que está inserida. Por exemplo: Se alguém gosta de orar muito ou de buscar de maneira enfática o poder de Deus, ele é denominado por alguns de místico. Vejamos uma definição de misticismo:


Aurélio: Misticismo: 1. Crença ou doutrina religiosa dos místicos; 2. Disposição para crer no sobrenatural. Místico: 1. Misterioso e espiritualmente alegórico ou figurado. 2. Relativo à vida espiritual e contemplativa; 3. Religioso; 4. Aquele que procura atingir o estado extático de união direta com a divindade.


Misticismo: Conjunto de normas e práticas quem tem por objetivo alcançar uma comunhão direta com Deus. O problema que os místicos sempre exaltam a experiência em detrimento a Palavra. É a atitude da pessoa que deposita sua confiança em algo que não existe, ou, mesmo que exista, é ineficaz. Exemplos: orixás, iemanjá, ninfas, duendes, ídolos, amuletos, simpatias, água benta, óleo ungido, galho de arruda e sal grosso. Seu nome deriva do termo grego “mystikós”, relativo aos mistérios. Estes eram religiões herméticas, somente reveladas aos iniciados, que deviam fazer voto de guardar total silêncio a seu respeito.


Na Grécia antiga, conhece-se os mistérios de Elêusis e de Dioniso como seus principais representantes. O adjetivo “mystikós” deriva do verbo “mio”, que significa fechar; mais especificamente, fechar os olhos, porta de entrada do mundo sensível, para que se torne possível o acesso a uma experiência de ordem anímica ou espiritual; e fechar a boca, para que esta não procure falar disso que, em sua essência, manifesta-se como indizível. Em sentido amplo, podemos considerar a mística como a irrupção do absoluto dentro da vida humana. Para a filosofia neoplatônica, a mística é a atividade que conduz ao contato direto entre a alma individual e seu fundamento divino. Este contato possui o caráter de participação da alma em Deus. Para isso, é preciso deixar de lado a realidade sensível, uma vez que Deus é intelecto puro, sendo a alma, de caráter inteligível, a única via de acesso a Ele.


A mística neoplatônica influenciou marcadamente o pensamento de vários filósofos e teólogos da Idade Média, de modo a que se constituísse, assim, uma mística cristã medieval. A mística é trabalhada pelos pensadores alexandrinos, em especial Orígenes e São Clemente, em relação à história da salvação por Cristo e à experiência de apreensão da Unidade Trinitária de Deus. Também no gnosticismo ela se faz presente.


Os Pais da Igreja alargam esta noção, denominando místico todo o conhecimento da realidade divina, cujo acesso é facultado através de Cristo. Santo Agostinho a define como uma iluminação da alma pela luz procedente de Deus. Entre os séculos XI e XIV, ela aparece como contraposição à tendência excessivamente racionalista da teologia e filosofia escolástica. No século XVI, a mística volta a ser intensificada, especialmente na Espanha, através de São João da Cruz e de Santa Teresa d’Ávila.Além dos acima citados, os principais representantes do pensamento místico no Ocidente são Fílon, Dionísio Aeropagita, São Bernardo, São Boaventura, João Gerson, Mestre Eckhart, João da Bohêmia, João Ruysbroek, Angela de Foligno e Ângelo Silésio.


MISTICISMO MODERNO: O problema é que quase sempre, os místicos são induzidos a prescindir da Bíblia e se basear apenas em suas experiências. Este é um dos grandes problemas dos neopentecostais, pois eles colocam suas experiências acima da Bíblia e dão a ela uma interpretação particular fora dos recursos hermenêuticos. O Misticismo neopentecostalista é a mistura de figuras, objetos e símbolos para representarem elementos espirituais. Eles tomam figuras do Antigo e Novo Testamento e as espiritualizam, transformando-as em "proteções" semelhantes às usadas pelas magias pagãs. E deste ato aparecem crentes com fitinhas no braço, com medalhas de símbolos bíblicos, ungindo portas e janelas com azeite, colocando sal ao redor da casa para impedir a entrada de maus espíritos; outros bebem copos de água abençoada, usam óleos consagrados em Jerusalém, guardam gravetos que misteriosamente aparecem brilhando nos montes, ungem roupas para libertar as pessoas e etc.As magias pagãs estabelecem como pontos de contatos objetos tais como amuletos, talismãs, patuás, cristais, pedras e coisas para "proteção".


O problema é que tais pessoas acabam baseando sua fé em objetos. Estamos vendo novamente a famigerada doutrina da Idade Média das indulgências, só que agora no meio evangélico. A bênção é comprada. Quando mais dá, mais bênção. Hoje em dia, estão sendo chamadas de correntes místicas todas as crenças em seres intermediários, sejam anjos, demônios do bem e do mal, forças ocultas e todos os poderes que podem interferir no cotidiano das pessoas e que têm que ser dominados e controlados. Este tipo de misticismo poderia englobar as correntes da Teologia da Prosperidade e da Nova Era.Essa tendência pode ser vista no número cada vez maior de pessoas que acreditam em uma revelação especial fora da Bíblia, que buscam nortear-se por sonhos e visões e não pela Palavra de Deus. Com a perda crescente dessa norma objetiva como regra de fé e prática a tendência é buscar o subjetivismo e emocionalismo.


Cada um passa a crer naquilo que os grupos têm experimentado, e por isso o testemunho de experiências sensacionais vai cada vez mais substituindo o lugar da pregação da Palavra de Deus no culto. É uma prática usada por várias seitas.


Por exemplo: A ROSA-CRUZ. Utiliza-se de objetos em suas práticas ocultistas tais como: incenso, estátuas, toalhas, aventais, bandeiras, decalques, discos, fitas K-7; publicações como monografias, de vários graus, enviadas pelo Correio para os membros do Sanctum da Grande Loja. Promete desenvolver o poder da vontade; manter a saúde; superar hábitos maus, atingir uma conscientização cósmica; mudar o ambiente; superar o complexo de inferioridade; decifrar antigos símbolos.O Misticismo tem estado presente em toda as épocas da humanidade. O Evangelho e as cartas de João e Colossenses foram escritos para combater o pensamento gnóstico que era cheio de misticismo (Cl 2.16-23). O Misticismo está intimamente ligado ao panteísmo (tudo é Deus e Deus é tudo).


Nos Estados Unidos houve um movimento chamado Transcendentalismo que foi influenciado pela filosofia Hindu, paralelamente a isso foi fundado o movimento teosófico por Helena (Madame) Blavatsky, escritora russa. Paralelamente surgiu a Ciência Cristã. O que eles tinham em comum? A idéia de que o homem deve desenvolver a sua divindade. Se descobrir o pleno poder que existe dentro deles. Tendo o poder sobre a enfermidade, dos problemas etc. Essek Kenyon, pastor evangélico, estudou numa das escolas da Ciência Cristã. Começou a pregar que nós somos pequenos deuses, que temos o poder de criar a realidade pelo que nós dizemos. Ele discipulou pela sua literatura Kenneth Hagin que introduziu grandes heresias dentro da igreja evangélica. No Brasil, a literatura de Hagin foi introduzida por R. R. Soares.


HERESIAS DENTRO DAS IGREJAS”

“Se existe algo que a história nos ensina, este ensino é que os ataques mais devastadores desfechados contra a fé sempre começaram com erros sutis surgidos dentro da própria igreja”. – John F. MacArthur Jr.·


ORAÇÃO MÍSTICA: Soares - "Nunca ore dizendo; Faça a tua vontade". Paul (David) Yonggi Cho: especificando seus pedidos sobre a escrivaninha, bicicleta e a cadeira de rodas. “Depois que aprendi a especificar os meus pedidos, eu não tive mais medo de Deus errar na entrega". Veja Sl 94.10; Is 29.16 e Mt 6.8. Resposta Bíblica. O pedido de Moisés (Dt 3.23-27), o espinho na carne de Paulo (2Co 12.7-10) e o próprio Jesus (Mt 26.39). O conselho de Tiago (4.13-16) A galeria dos heróis da fé (Hb 11.32-40). A Falácia do "Há poder em suas palavras" (até para criar) Exemplos bíblicos: Jacó (Gn 42.36); Davi (1Sm 27.1); os jovens na fornalha (Dn 3.17,18) e o pai do jovem lunático (Mc 9.23,24).Usam palavras mágicas, é o “abracadabra” da fé. Não é preciso pedir e sim exigir. Jesus não só nos ensinou a orar: ... seja feita a tua vontade (Mt 6:9 e 10), como também pôs em prática o que ensinou: ... todavia, faça-se a tua vontade ... (Mt 26.42). Pronunciar uma frase por deliberação própria e dar a entender que está autorizado por Deus, sem, na verdade, estar, é enganar o rebanho do Senhor. Deus não opera onde há engano; não compactua com enganadores e não terá por inocente aquele que tomar seu nome em vão (Êx 20.7).·


HINOS ESTRANHOS E SEM CONTEÚDO: Devemos oferecer a Deus um culto racional – Rm 12.1-2. A música está sendo usada para animar os crentes. Há um triunfalismo exarcebado. A verdadeira adoração é voltada para Deus, nunca para o homem. O louvor místico não é adoração a Deus, mas instrumento de psicologia humanística. Quase não há hinos que exaltem a Pessoa de Deus. Onde está a Cruz em nosso meio? Os grandes temas e mensagens de hoje são: “Você pode!”; “Você tem poder!”; “Você faz e acontece!” Além disso, você é que diz se pode liberar, soltar, prender e conquistar. É o homem, mediante fé na fé, que obriga Deus a agir. O sangue de Jesus virou uma confissão positiva-mágica, para ser usada antes de um tá amarrado! Assim, o sangue de Cristo não purifica mais todo o pecado, mas virou palavra de ordem para amarrar o pecador. O grande problema é que o fogo divino depende de Deus e o fogo humano é produzido a qualquer hora, circunstância e empolgação. “Emoções fortes despertadas durante o culto não constituem necessariamente uma evidência de que houve verdadeira adoração” – John MacArthur Jr.·


OS CRENTES NÃO PODEM ADOECER: Os pregadores da fé afirmam que tanto a salvação quanto à cura física estão totalmente garantidas em Is 53.4,5. Veja Mt 8.14-17 e 1Pe 2.24. Ora, em Mt 8.14-17, Jesus ainda não havia morrido. Assim, o que Mateus quis dizer é que dentre as atribuições do Messias, uma delas seria curar os enfermos. Quanto ao texto de 1Pedro 2.24, podemos ver que o apóstolo aplicou a passagem de Isaías 53 para se referir ao pecado e não à enfermidade física. Deus cura sempre? A enfermidade de Timóteo (1Tm 5.23), de Trófimo (2Tm 4.20) e de Epafrodito (Fp 2.25-30). O espinho na carne do apóstolo Paulo (2Co 12.7-10). Veja Gl 4.13-15; 6.11 e At 23.1-5. A morte do profeta Eliseu (2Rs 13.14-21). Devemos nos lembrar que há uma cura melhor que a do corpo, é a cura da alma. Tenhamos mais medo do pecado que dos sofrimentos. ·


PROFETISMO SEM BÍBLIA: Escutamos freqüentemente: “Eu profetizo!”; “Profetize pra seu irmão”. A Bíblia ensina que a profecia não depende do "EU" querer: “... porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirado pelo Espírito Santo”. (2Pe 1:21). É bom observarmos que os homens santos de Deus também não usaram essa frase; ao contrário, quando profetizaram, disseram: “Assim veio a mim a palavra do Senhor...” (Jr 1.4); “Assim diz o Senhor...” (Jr 2.5; Is 56:1; 66.1); “Ouví a palavra do Senhor...” (Jr 2.4); “E veio a mim a palavra do Senhor” (...) “disse o Espírito Santo...” (At 13:2); “...Isto diz o Espírito Santo...” (At 21.11); “Mas o Espírito expressamente diz...” (1Tm 4.1). Em todos os casos, não aparece o "EU", aparece a pessoa divina. Outro fator a pensar é este: As pessoas que profetizam bênçãos não esclarecem que tipos de bênçãos. As profecias bíblicas sempre especificaram que tipo de bênção ou de juízo sobreviria ao povo. Mas, hoje, é só isto: "Eu te abençôo". É um procedimento totalmente fora da palavra de Deus. Deus é quem abençoa.·


EXALTAÇÃO DO HOMEM: Algumas pessoas dizem: “Eu não quero saber o que a Bíblia dia, eu quero saber o que Kenneth Hagin diz”. O homem é o centro das atenções. O culto é preparado para ele. Os louvores, a pregação “positiva”. "Muitos vêm ouvir a Palavra somente para satisfazer seus ouvidos; eles apreciam a melodia da voz, a doçura suave da expressão, a novidade do conceito (At.17:21). Isso é amar mais o enfeite do prato do que o alimento em si; isso é o mesmo que desejar mais agradar a si mesmo do que ser edificado. É o mesmo que uma mulher que pinta o seu rosto e se esquece de sua saúde". Thomas Watson. ·


ÊNFASE DEMASIADA NO MISNISTÉRIO DOS ANJOS: A Nova Era fala também sobre o ministério dos anjos. Em nenhum lugar das Escrituras somos ensinados que podemos mandar nos anjos. Hoje existe até a troca do anjo. Os anjos estão sob a autoridade exclusiva do Senhor. ·


INTERPRETAÇÕES E PREGAÇÕES MÍSTICAS: Alguns dizem que existe um sentido oculto que só pode ser alcançado pelas pessoas especiais. As pessoas dizem: “Eu quero dizer uma coisa que não está revelada na Bíblia, pois Deus me revelou nesta noite”. Ignoram as regras de Hermenêutica e Exegese. Afinal, “Deus dá na hora”. As pregações de hoje são mais de auto-ajuda do que a ministração do alto. “A demanda gera o suprimento. Os ouvintes convidam e moldam os seus próprios pregadores. Se as pessoas desejam um bezerro de ouro para adorar, o ministro ‘que fabrica bezerros’ logo é encontrado” – John MacArthur Jr.·


USO DE CHAVÕES: Chavões tais como: “Eu declaro”, “Eu ordeno”, “Eu profetizo”, "Eu decreto", são pronunciados sem a menor reflexão ou sentido de responsabilidade. Os crentes e, infelizmente, muitos líderes, comportam-se como se fossem Deus; colocam o "EU" na frente e soltam palavras que não fazem parte das alianças divinas, das promessas divinas, dos oráculos divinos, dos estatutos divinos, da graça divina, da misericórdia divina, do amor divino. Falam da forma como Deus não mandou falar, declaram o que Deus não mandou declarar. “Eu declaro”, “Eu ordeno”, “Eu profetizo”, "Eu determino" são expressões despidas da espiritualidade ensinada na palavra de Deus; são frases que revelam a altivez do coração humano, são palavras que, por não terem respaldo bíblico, não mudam situação alguma.“Toma posse da bênção”. Comparando isso com o procedimento de Jesus e dos apóstolos, afirmamos que é errado usar o termo "Toma posse da bênção" como meio de termos as bênçãos divinas concretizadas em nossa vida. Os discípulos e o próprio Jesus nunca cometeram esse tipo de equívoco, pois, em lugar de dizerem: "Toma posse da bênção”, eles disseram: “...se tu podes crer; tudo é possível ao que crê” (Mc 9.23); “...Tende fé em Deus...” (Mc 11.22), “...grande é a tua fé!...” (Mt 9.28) “...Seja-vos feito segundo a vossa fé” (Mt 9:23); “Em nome de Cristo, o nazareno, levanta-te e anda...” (At 3:6). Assim, em vez de as bênçãos serem direcionadas para o homem, a palavra de Deus ensina as pessoas a direcionarem suas esperanças para Deus, através da fé.·


FALSIFICAÇÃO DOS DONS ESPIRITUAIS: É “fogo estranho”. Levítico 9:1-24; 10:1-3. Podem-se encontrar incensários à venda, fogo em pacotinhos, se você quiser. Ninguém faz esta avaliação, ninguém pondera sobre estes sistemas, ninguém questiona nada, o que interessa é fazer o povo feliz e deter o controle e o poder. Que tipo de espiritualidade nós queremos? – Gl 3:3. Alguns dizem: - Está sob o nosso controle: a gente faz dançar, a gente faz pular, a gente faz chorar, se o Espírito não derrubar não faz mal não, a gente dá uma pernadinha e o irmão cai; uma tapa na testa e pronto, tá resolvido. É isto que o povo quer, é de espetáculo que o povo gosta, é novidade que mantém o interesse da Igreja. A diferença entre a chama divina e o fogo estranho é a de que a chama divina está no controle soberano de Deus.Fala-se hoje de “Tapete de Fogo”; “Metralhadora do Espírito”; “Granada do Espírito”; “Vassoura de Fogo”; “Unção do Riso”; “Cola do Espírito Santo”. ·


USO DE AMULETOS: Um amuleto é um objeto de superstição. Pode ser descrito como: “um objeto no qual está escrito uma fórmula de encantamento ou sobre a qual se recitou um encantamento, com o fim de proteger a pessoa que usa contra perigos, doenças, demônios, fantasmas, magia negra, e para trazer boa sorte e fortuna”. (Frank Gaynor. Ed. Dictionary of Mysticism. Nova Yorque. Citadel Press. sd.pp.10).O uso dos elementos mágicos dos cultos e das superstições populares do Brasil, entre eles o sal grosso (para afastar maus espíritos), a rosa ungida (usada nos despachos e nas oferendas a Iemanjá), a água fluidificada (usada por credos espiritualistas a fim de trazer a influência espiritual para o corpo humano), fitas e pulseiras (semelhantes na sua designação às fitas do chamado Senhor do Bonfim), o ramo de arruda (usado para afastar coisas más) e uma quantidade enorme de apetrechos aos quais se emprestam supostos valores espirituais que podem ser passados por seus usuários. No começo era a simples fé na oração, agora a mistificação de objetos. Na crença animista cada objeto possui uma alma, ou seja, é um ser espiritual. Atualmente alguns segmentos acreditam que uma vez que se unge alguma coisa, ela passa a ter poder, ou nos proteger como se fosse um espírito.Ao aceitarmos o senhorio de Jesus, recebemos o Espírito Santo (1Co 6.19 Ef 1.13); nossos pecados são perdoados (At 10.43; Rm 4.6-8); somos recebidos como filhos de Deus (Jo 1.12); somos filhos, logo somos também herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo (Rm 8.17); passamos da morte espiritual para a vida espiritual (1Jo 3.14); somos novas criaturas (2Co 5.17); o Diabo se afasta e não nos toca (Tg 4.7; 1Jo 5.18); não estamos mais sujeitos às maldições (Jo 8.32,36); a salvação nos leva a um relacionamento pessoal com nosso Pai e com Jesus como Senhor e Salvador (Mt 6.9; Jo 14.18-23); estamos livres da ira vindoura (Rm 5.9; 1Tss 1.10; 4.16-17; Ap 3.10), além de outras bênçãos.


CARACTERÍSTICAS DE UMA VERDADEIRA ESPIRITUALIDADE:1. Uma Espiritualidade Trinitária: A verdadeira espiritualidade coloca Deus no centro. O Espírito glorifica a Cristo. A soberania de Deus é proclamada e vivida. (1Cr 29.11; Dn 4.35; Sl 115.3; 1Tm 6:15; Ef 1.11; Rm 11.36; Sl 39.9). O homem não passa de vaso de barro. (Is 29.16; 45.9; 2Co 4.7).2. Uma Espiritualidade Verdadeira Coloca o homem no seu devido lugar: Quem é o homem? 1Rs 8.46; Jo 14.4; Sl 51.5; Sl 58.3; Ec 7.20; Is 64:6; Jr 4.22; Jr 9.5-6; Jr 13.23; Jr 17.9; Jo 3.3; Jo 3.19; Jo 3.36; Jo 5.42; Jo 8.43,44; Rm 3.10-11; Rm 5.12; Rm 7.18, 23; Rm 8.7; 1Co 2.14; 2Co 4.4; Ef 2.3; Ef 4.18; 2Tm 2.25-26; 2Tm 3.2-4; Tt 1.15.3. Uma Espiritualidade Comunitária. A verdadeira obra do Espírito produz amor cristão na igreja. Reconciliação e comunhão que desemboca na sociedade.4. Uma Espiritualidade Centrada na Palavra de Deus. A verdadeira obra do Espírito aproxima as pessoas da Palavra de Deus. O misticismo afasta.5. Uma Espiritualidade Missionária. Há serviço, oração, intercessão, quebrantamento que extrapola os muros de nossas igrejas. Vai para o campo, para as ruas, guetos e becos. Não fica apenas “decretando” e “amarrando” os demônios na cadeira confortável de seu templo. Não existe verdadeira espiritualidade sem serviço. Hoje há muito ativismo, mas pouco serviço.Como reconhecer o trabalho do Espírito Santo de Deus? Três critérios nos auxiliarão:(1) O fim principal do trabalho do Espírito é a Glória de Deus. Cristo, cheio e liderado pelo próprio Espírito, assim especificou - Jo 4.34; 5.19; 5.30; 5.43; 6.38; 17.4. No que diz respeito aos demônios, estes procuram a auto-adoração e própria glorificação.(2) A suprema autoridade do Espírito é a Palavra de Deus: Dt 29.29. Demonstrar mais estima e procura por "revelações ocultas" do que pela revelação bíblica, é um insulto ao Deus todo-poderoso, que nos criou em amor para que o adorássemos e o servíssemos. Sola Scriptura: Sl 19.7; 119.130; Pv 1.1,4; Ef 3.1-2,4; Dt 4.2; Dt 12.32; Pv 30.5-6; Ap 22.18-19; Mt 15.3-6; Mc 7.5-7; 1Tm 4.1-2.(3) A mensagem principal do Espírito é o Evangelho de Deus (At 1.2 e 8).


O PERIGO OPOSTO DE TUDO ISSO: O racionalismo exagerado: Ou seja, não crer na ação do Espírito Santo nos dias de hoje. Não sentir mais a necessidade de orar, de buscar a presença de Deus, de santificação, de quebrantamento.

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SOLI DEO GLORIA NUNC ET SEMPER


Pr. Antonio Pereira da Costa Júnior* O Pr. Antônio Pereira da Costa Júnior nasceu em Esperança – PB. Co-Pastor da 1ª. Igreja Congregacional em Sta Cruz do Capibaribe – PE. Faz parte do quadro de ministros da AIECB (Aliança das Igrejas Evangélicas Congregacionais do Brasil). Casado com Esther, e Pai de Rachêl. Palestrante e pesquisador na área de Apologética em geral, Técnico Agrícola pela UEPB e Bacharel em Teologia pelo STEC (Seminário Teológico Evangélico Congregacional). E fez um curso de Apologética por extensão pelo ICP (Instituto Cristão de Pesquisas). Mestrando em Teologia e História pelo SPN – Seminário Presbiteriano do Norte – Recife – PE.