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quarta-feira

Quem é Jesus?

Com tantas doutrinas, igrejas, dogmas e preceitos, muita gente tem se perguntado, principalmente os de fora, (já que os de dentro na maioria das vezes não se pergunta sobre essas coisas pois é proibido perguntar, pensar, ou discordar dos ‘marcos antigos’) sobre qual é a verdade, ou onde está a verdade? Se todas as igrejas dizem ser a certa, e buscam para si a capacidade de melhor interpretar a Bíblia, então quem está errando onde? Qual a doutrina correta? Qual a igreja que melhor se coaduna com as escrituras? Ou mais profundamente ainda, quem interpreta a Bíblia de forma correta? Que hermenêutica usa? A partir de onde teve essa compreensão?
Há os que buscam se afirmar pela antiguidade da interpertação, pois já que é interpretada assim há séculos deve estar correta, é o que se chama de ortodoxia. Mas muitas vezes a ortodoxia é o erro que virou sagrado, que virou coisa santa, virou doutrina.
Há os que buscam se afirmar pela revelação do Espírito, o que torna essa interpretação bem bairrista, particular, algo metafísico, transcedental, que como não pode ser mensurado, aferido, medido, tem que ser crido, pois não se pode ‘tocar’ na revelação.
Há os que buscam se afirmar nos concílios e conclaves. É quando a maioria se junta para afirmar que aquilo que parecia verdade, agora o é, e quem disser o contrário será disciplinado da igreja. O que foi discutido e decidido em reunião e lavrado em ata e em duas vias, e assinado, ganhou status de escritura sagrada.
Bem, não sou eu quem vai por termo a essa questão, mas gostaria de chamar vocês a pensarem um pouco sobre algo que julgo estar no centro dessa disputa pela possessão da verdade.
Muitas vezes pensamos que a verdade está no ‘enlatado’ de nosso corpo de doutrinas eclesiásticas, e quem pensa diferente virou seita, e por consequência está condenado ao lado mais quente do fogo do inferno. O errado é sempre quem está do outro lado, não importa de que lado eu esteja. Você acha, por exemplo, que os testemunhas de jeová saem de casa em casa com o propósito de enganar alguém? Sai de casa dizendo: “vamos enganar um monte de gente hoje!”? Não! Eles saem para salvar as pessoas para o reino de Jeová. Assim fazem os católicos concernentes a suas doutrinas, assim fazem os adventistas e os evangélicos em geral.
Acredito que Jesus é a resposta para o conflito de nossas doutrinas. Jesus é a chave para entender tudo. Como diaria Caio, é a chave da hermenêutica.
Não o Jesus das igrejas, pois aí é dar uma volta de 360º graus, ou seja voltar para o mesmo lugar. Mas o Jesus Cristo de Nazaré.
Não é o Jesus assembleiano que não gosta de corte de cabelo e manda pro inferno quem usa calça comprida e se pinta. Não é o Jesus presbiteriano que é discipulo de Calvino. Não é o Jesus batista que não tem os mesmos preconceitos do Jesus assembleiano, sendo portanto mais light. Não é o Jesus iurdiano que é incapaz de fazer um benefício a alguém sem antes uma contrapartida financeira. Ou o Jesus católico que divide sua glória com sua mãe e todos os santos. Ou o Jesus aventista que tem o sábado como dia preferido e não come carne de porco, como se sua vinda não tivesse significado nada para o avanço da consciência em Deus.
Não! Não! Não! Mil vezes Não!
Muitas vezes as pessoas não rejeitam Jesus, aliás acho que ninguém rejeita Jesus, mas rejeitam o monte de ‘doutrinas’ que queremos lhes enfiar consciência à dentro.
Estou falando do Jesus que exalta a fé do centurião romano, dizendo que nem entre os filhos da promessa alguém tinha tido uma fé como a dele. Do Jesus que exalta a bondade do samaritano, que era de outra religião, o que ofendia os ouvidos sagrados dos fariseus. Do Jesus que ama mesmo sem ser amado. Do Jesus que se mistura com os infiéis para comer e beber mas que faz diferênça entre luz e trevas. Do Jesus que ficou do lado de fora da igreja de Laodicéia, mas que entrou na casa do pecador Zaqueu. Do Jesus que disse que a forma de como seríamos julgados não seria conforme nossos códigos morais e sim pela capacidade de nos compadecermos do faminto, do pobre, do preso, do forasteiro.
Esse Jesus é bem diferente do Jesus pregado na maioria das igrejas. O Jesus das igrejas geralmente é preconceituoso, exclusivista, dá muita bola pra aparência, para a condição social. Mas o Jesus da Bíblia não é assim, ele vê o coração, julga conforme a verdade.
Quiçá que entendêssemos muito pouco de aspersão ou imersão, de transubstanciação ou consubstanciação, hermenêutica, exegese, poimênica, grego ou hebraico, mas, entendêssemos o amor. Pois a Bíblia diz que se tívessemos toda a sabedoria, e todo o poder possível mas não tivéssemos amor nada nos adiantaria.
Jesus não deixou nem é, um tratado de doutrinas, Jesus é Deus, e se bastasse falar ele enviaria profetas, mas pelo contrário, ele mesmo veio e deu sua vida como exemplo e sacrifício.
Graças a Deus, Jesus não é católico nem é evangélico. Não é assembleiano, batista, metodista, presbiteriano, iurdiano ou luterano. Ele é a verdade, e pra entender a verdade, não precisa estudar todos os livros de teologia do mundo, basta apenas amar como ele amou.
Quem ama ajuda o próximo; quem ama perdoa a ofensa; quem ama não se detém em discussões tolas enquanto vê o outro se ferrar; quem ama cumpre a lei; Quem ama conhece a Deus porque Deus é amor, e se conhece a Deus, se conhece Jesus, pois ele é o caiminho, a via, pela qual os homens ficam menos parecidos com a fisionomia religiosa e mais com Deus.
Daqui a duzentos anos, a gente ainda vai perguntar um ao outro: “você arminiano ou calvinista?”, mas sem amor, não tem Armínio, nem Calvino, nem João, nem José, nem Maria, tudo é nada.
Deus nos ajude, a enxergar o evangelho, não com os óculos denominacionais, mas com o exemplo da vida de Jesus, que é mais que uma doutrina pra ser discutida, e sim um exemplo a ser perseguido.
De modo que vemos Jesus em muita gente não religiosa, vemos Jesus nas atitudes de muita gente boa e ao contrário disso vemos a cara do diabo em muita gente que diz ter Jesus no coração.
Deus nos abençoe e nos ajude a negar esse Jesus religioso e nos aproximarmos do Jesus Cristo !!!

Moises Almeida

2 comentários:

Anônimo disse...

Moisés, Excelente reflexão !!!


Abraços !
Ozeas Eugênio

Anônimo disse...

uma coisa que o mundo cristão (não importa qual a denominação) quer que não aconteça é deixar de abrir mão da pessoa do judeu jesus filho de josé.
é a puríssima verdade que jesus filho de josé não era católico, nem ortodoxo, nem adventista, nem mórmon, nem luterano, nem batista, nem presbiteriano, nem testemunha de jeová da torre de vigia, enfim, não era evangélico ou protestante ou pentecostal (ou pseudo-cristão). jesus filho de josé era judeu, nascido entre os judeus, crente nas crenças judaicas, que acreditava ter uma missão judaica, portanto, que pregou para judeus, naturalmente uma mensagem judaica, que era que ele esperava o estabelecimento do reino de deus conforme o entendimento e a esperança judaicos. os 1°s cristãos eram judeus. o cristianismo em sua origem nada mais era do que uma seita judaica.
a igreja sim é uma criação de homens, e tudo o que ensina é mitologia, lenda, ficção.